segunda-feira, 4 de junho de 2012

Meio Ambiente


Meia árvore
Cortada
Jogada
No meio do mato
Ao lado do rio
Meio poluído
Decorado
Com aquele 
Pneu meia vida
Descartado
Daquele ônibus
Meio quebrado
(como queima óleo o coitado).
Tudo meio esquisito
Acabo de ver boiando
Uma geladeira
Um fogão
Alguns sonhos
E um armário
Que dizem custar
Meio salário
Do dono
Daquela meia água
Que no verão
Vira um aquário.
Desliza
Inunda
Soterra
Afunda.
Paisagem morta
Gente morta
Sobreviventes
No imaginário
Dos viventes
Deprimidos
Neste cenário
Lapidado
Por omissão
E descaso.
Tragédia
Não é apenas
Obra do acaso...

Alex Avena


Publicado na Confraria da Poesia Informal
www.confrariadapoesiainformal.blogspot.com.br