segunda-feira, 21 de julho de 2014

assim seja

noto sempre um ar inóspito
na folhagem seca que cai
como se fosse culpado
por avidamente observá-la
buscando em seu bailar
senso mínimo de direção
algo ao qual pudesse eu
utilizar durante o lapso
que sou, eu só, folha fria
alçando voo ao vento
fincando raízes no céu
querendo tocar o solo
sagrado chão estrelado
onde pisas, Tua morada
(mesmo sabendo ser Tu
o guia que a folha guia
e que a mim também rege)
quero tecer pelos ares
caminho que nos ligue
para quando perdido eu
sem qualquer rumo
te encontre em todo tempo
eu a folha e o vento

alex avena