quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Porto seguro

Transcrevo, por ora,
as coisas temporais
que reflito agora
em meio aos vendavais.

Reflexo da paz
que vem sem demora
e sempre nos traz
certeza, embora,

a chuva lá fora
me prenda num cais
(com quem me adora).

Ela que me faz
lembrar-me de outrora,
querer sempre mais...

Alex Avena

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

| entre |

recomêço.
méço!
I   I   I   I   I
merêço?
recoméço.

alex avena

mudo, nada muda

sinto-me esquisito
sintomas visíveis
me deixam aflito
dores previsíveis

o homem é mito
tipo o "seis seis seis"
é puro conflito
as vezes não, talvez

é o dito ou não dito
que me traz rigidez
mediante um conflito

se me calo, eu grito
e sem mais porquês
gente, eu me demito!

alex avena

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

recomeçorecomeço

remoção da incoerência.
incerteza de ter em si,
ainda, aquela inocência
dos caminhos que percorri.

ausência daquela coisa boa
que chamamos de amizade,
coisa essa que vai e voa,
deixando-nos só, saudade...

destino meu, escolha minha!
quem sabe capricho ou sorte?
escrito em linha e entrelinha
ora um cais outra um forte.

portanto, em nada te impeço.
quero ter-te em mim, recomeço.
sendo assim por ti recomeço...
em teus versos me reconheço.

alex avena

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Tão só mente

Pensar em ser humano é desperdício!
Sejamos gato ou rato simplesmente.
Ser gente é muito mais que um mero ofício,
É a arte de fingir pra outro que mente...

Comer, beber e amar é sacrifício?
Pare pra analisar e tão somente
Verás um mundo vazio, orifício,
Por onde entra o caos e a semente

Do mal a te levar ao fictício.
O lugar onde o ser é meramente
Uma ovelha pronta pro sacrifício

A espera pra pular de um edifício,
Ser vil, só mais um louco inconsequente
Fazendo de sua vida um desperdício.

Alex Avena

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

infinito

observando
um pedaço
ínfimo do céu,
me perdi...
entre estrelas
e aquilo que
quisera eu
ter voado
um dia...

alex avena

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

o que sei

alma rígida
labirinto e fim.
fração do saber
que me foi dado.
da mesma moeda
percebo seis lados
como um algorítimo
(talvez um teorema)
que me livre da sorte
mãe dos imprudentes.
impetuoso vou e poeto
em segredo segrego-me
das letras, formas e livros
que me foram escondidos
por toda vida de feliz bufão
que não possuíra um vintém.
na calada estridente das noites
orava eu, baixinho: carpe noctem!
via percorrer em mim arrepios
mais valiosos que, hoje sei,
o conhecimento humano
das vãs repetições.... ....
vão entre o homem
e o Deus criador
que lhe deu vida,
entre a verdade
a nós inventada
e aquela na pele
apre(e)ndida

alex avena

domingo, 4 de janeiro de 2015

É tempo

Se fôra, fôra e não mais
A vida é feita de escolhas
Abertas com saca rolhas
Rastros deixados pra trás

Quem pensa que não as faz
Passa a viver como em bolhas
Suscetíveis como folhas
Voando em busca de paz

Sabe-se que o tempo é fugaz
Como corujas zarolhas
À noite sempre se refaz

Um algoz que não se compraz
Ainda que tu te recolhas
Em teus velhos "uis" e "ais"

Alex Avena

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

impossível

de todos os  poemas em mim
há os que ainda não fui
que me furtam que me fartam
que me afligem que me afetam

mas de todos os que aguardo
como uma mãe estando a parir
é aquele onde me liberto do vício
de sentir amor e colher saudade

alex avena