sábado, 19 de outubro de 2013

Foi assim - Uma homenagem ao Poetinha (Vinicius de Moraes):


Foste o meu primeiro presente
Entregue assim bem de repente
Na mesa do bar...um copo de vidro
Que refletia nossos sorrisos

Na dedicatória uma recomendação
Aprecie Vinícius sem moderação
Assim te devorei pelas madrugadas
Entre cigarros e silêncios

Contigo aprendi a ser da mulher devoto
Umas me matam mas em outra sempre broto
E nesse vai e vem das paixões arrebatadoras
Sou poeta a percorrer a inocência do desejo

Alex Avena

CASuAL

supridas as carências
cada qual pro seu lado
com sorrisos amarelos
tentando compreender
a falta do amor afeto
onde apenas corpos
são saciados (ou não)

alma vai escoando
nessa hemorragia
do prazer imediato
o tal do "se permitir"
para fugir da solidão
do si só incontido...
a resolução no outro

alex avena

uTÓPICO

de um lado
um lê Kardec
doutro a Bíblia
mais a frente
artigo científico
eu aqui escrevendo
outro me lê...léc léc

professor em luta
em pleno dia seu
sendo homenageado
com o descaso
daquele que um dia
com ele aprendeu

não, não é ironia
talvez indignação
fé e esperança
de ver pelo conhecimento
mudarmos a história
de toda uma nação

alex avena

sábado, 12 de outubro de 2013

fisGADO

façamos rota de fuga
nessas vias de fato
buscando sabedoria
construindo felicidade
pelo caminho traçado

onde não mais giraremos
em volta desse núcleo
ceRebrando umbigos
bostificando mentes
desviando sempre o olhar

que já não enxerga
um simples palmo a frente
nariz imponente empinado
não consegue fugir da sedução
do brilho artificial do anzol

alex avena

des(a)tino

quando o acaso
sempre nos acontece
é mergulho raso
ao que me parece

a vida é assim é ação
soma de esforço diário
oportunidades e dedicação
não me parece o contrário

pois quem vive de sorte
só sorte pela vida procura
e quando lhe chega a morte
a sorte parece loucura

alex avena

anoitece

essa noite tudo cala
o rio não desembocará
no mar de seu destino

desviando seu curso
fará de suas águas
escudo pra tua tristeza

te afogará em sua doçura
para logo após tomar pra si
toda tua amargura e assim
logo ao amanhecer partir

velozmente rumo ao mar
deixando-te com a paz
dos olhos marejados
das novas perspectativas

alex avena

e-n-t-r-e-l-i-n-h-a-s

e-n-t-r-e-l-i-n-h-a-s
de uma palavra só
A-N-S-I-E-D-A-D-...

resolução indefinida
falta da coisa em si
quanta fa?ta nos faz

a-m-a-n-h-ã-h-o-j-e-o-n-t-e-m
fusão EsPaÇoTeMpO
com peso > 1000 kilo/horas

e só pra constar um fato
a vida continua s.e.g.u.i.n.d.o...
e tudo nos parece normal

alex avena

ama

uma simples forma
fórmula de fazer feliz
coração que se adorna
de amor e bem me quis

quanto ao mal me quer
quero bem longe de mim
perto quero ela mulher
meu início meio e fim

uma eternidade pra amá-la
sermos todo tudo universo
onde pra nós a lua se declara
onde pra ela faremos versos

alex avena

arapuca

minhas respostas
vagam
proutras dúvidas
há mais...
e pra toda (in)certeza
percepções aguçadas
indagações sem fim
no mais...
o provocado pensar
sem reserva e pudor
se abre e se entrega
sem mais...
trilha o conhecimento
onde o saber
está a sua espreita

alex avena

olhosnosolhos

tudo foi dito
quando em êxtase
transitaste em mim
aqueles olhares

trajetória tua
em cada detalhe meu
sentimentos expostos
fatalmente escra(e)vo

disseste-me teu brilho
em exuberante beleza
que da luz dos olhos teus
me fez brotar à vida

alex avena

a virada

me lembro
de cada detalhe
das dores
virando lágrimas
das lágrimas
virando versos
dos versos
virando vida
da vida...
...virando...
das dores
partindo
da alegria
voltando...
...revi(ve)ravolta

alex avena

efêmero

meu poema
é matéria
desordenada
sem núcleo
onde toda
vive tudo
o todo
desconectado
que se compacta
quando lido
captado
existe
subentendido
como se nunca
tão intensamente
tivesse vivido
se é que realmente
tenha existido
poema eu

alex avena

todo dia

saem da escola
meninos homens
todos crescidos
12:30
indomáveis
tomam as ruas
e as suas rédeas
carros...desviam
olhares...desviam
invisivelmente reais
MARCAM
com seus tênis de marca
ônibus, paredes e amigos
chutes potentes e certeiros
...é o filho da fulana
conto pra mãe dele!!
ele é qual dois oito?
sim, aquele que
ainda não foi preso
pobre menino que mata
o futuro seu e nosso...
...o preço do descaso
é muito mais caro
que o chinelo do descalço...

alex avena

o novo

em voo a viu
ávido se envolveu
reinventou-se

fincou
dois pés no chão
e então, livre... amou

alex avena

cantoria

quanta magia a envolver
esse sereno noturno
por onde ecoam

canções
sentimentoss
e lembranças

enquanto estrelas
saúdam viola
cantoria e cantador

alex avena

infrATOR

num acreditou
que posso falar?
geral te avisou
não ia rolar

a casa caiu
censura rolou
puta que pariu
mais um que rodou

olha, quem diria
rodou com cem folhas
de pura poesia

escritas no dia
de duras escolhas...
...e ele as faria

alex avena

absTRATO


direito

sou
testemunha
cúmplice e réu
nesse caso
que me ju(l)go

pena
prescrita
noutro
poema
quemescrevo

.
poemacaso
encerrado

alex avena

suicídio comercial

sem ti mentos
ingeri a toa

sabor
saudade

um porre de
coca zero até...

c
a
i
i
i
r
.
.
.
. . . bUuuuUuMmmmMM!

coração que
se expl(f)ode

alex avena

som_da_vida


Flor e Mar

Bela Flor azulada
De beleza invejada
Pelo rio se aventurou
Porém mal se lembrou

Que não sabia nadar

Pela correnteza levada
Bela Flor despetalada
Pouco se importou
E com sutileza rumou

A procura do seu Mar

E no fim dessa jornada
Totalmente cansada
Ao Mar perguntou
O azulado Mar já amou...?

Dois azuis a se enamorar!

O Mar com sua água salgada
Deixou a Flor desidratada
...morrera aquela que o amou
E nas pedras o Mar se lançou

Por não mais tê-la para amar

alex avena

pedagogo

o d+a=da
do (d+o)
saber
que nos foi
da+do=
DADO
não pode
mais
Ser
ensinado...
muito
construtivo=
analfabetizado

alex avena

diVERSÃO

uma puta neurose
me toma o juízo
tentando calcular
a ausência do óbvio...
cadeira de balanço
ali totalmente parada
esperando os embalos
de um sábado a noite

alex avena

um voo razante

meus olhos refletem
lacrimejando na água
deslizo rente muito rente

seria o fim de narciso

se não me fossem as asas
abertas planando no vento
rumando livre ao afluente

lugar de mim donde fujo

aquilo tudo de mais vivo
...além...desses sentimentos
que petrificam a gente

alex avena

PARtIDO

fagulhas de censura
iniciam uma fogueira

do palheiro foge a agulha
a procura duma linha

boca que se costura...
mas há como costurar DEDOS?

essa voz que emana da escrita
das digitais dos diferentes

que por assim ser se recusam
ao pensar coletivo ou porta vozes

como é maravilhoso quando
dois ou mais concordam

respeito ao outro nos debates
nos fatos expostos e nas conclusões

enquanto ocultam os fatos
predominam as confusões

PAR(pra um lado)TIDO
lado definido incêndio PARIDO

queima de arquivo e neurônio
tentando evitar o próximo atrito

como se fosse possível...
não enquanto o poeta "DEDAR"

(as coisas eram mais simples
quando em meus poemas
só sabia falar de amor...)

alex avena