terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Sede

Milhares de gotas caem nesse solo
Seco que não nutre semente, grão
Que da árida terra só quer o colo.
O ato que ata em si a fé e a razão.

Há sim precisão! O que há noutro polo?
Prece pela chuva pra que o patrão
(aquele pra quem todo dia esmolo
um cântaro de água, restos de um pão),

Erga com seu lucro um novo galpão.
Outro onde produzo e nada controlo
Vendo passar mais um seco verão.

Quanto a isso não me queixo ou amolo,
Nem finco meus pés de sonho no chão.
Viro também chuva e depois decolo.

Alex Avena

sábado, 14 de fevereiro de 2015

tiro no pé

há precisão pra tudo isso?
mensurar a imensidão
do omisso e seu seco pomar
de ação que para si é viço
gorjear a ausência....canção
disso que nos faz vislumbrar
a omissão sangrar o omisso.

alex avena

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Ínterim

No túmulo de meu pai
Ouvi valorosos conselhos
Que outrora não houvera
Furtou-me a melodia um "ai"
E num labirinto de espelhos
Por ora pensei que pudera
Adentrar a lágrima que cai,
Dos tristes olhos vermelhos,
Evaporar-me a ti...quem me dera

Alex Avena

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Incomum

De certa forma
o que me convém
é o que também
me deforma.

Alex Avena