quarta-feira, 21 de maio de 2014

ilusório

os afetos nos afastam
nos ferem e afligem
até o momento que,
de posse da razão,
damos um basta
à toda indiferença
e no limite do saber
ocultamos cadáveres.

cúmplices de nós
calamos aos ventos
sussurros delirantes
de um "não fui eu".
testemunhas e digitais
mas também um álibi,
confesso que sonhei...
a paz voava pra mim.

alex avena

quinta-feira, 15 de maio de 2014

duvido

a dúvida que paira no ar
é como no ar ela foi parar?
por ser minha incerta ironia
se isso é coisa do dia a dia
de fato em fato se consumiu
ninguém sabe ninguém viu
mas todos pararam pra olhar
sobre o que eu estava a duvidar

alex avena

domingo, 11 de maio de 2014

minhAMARia

hoje é dia de Maria
minha santa mãe.
dia de recordações
que rasgam o peito...
quem mais poderia
verbalizar lágrimas
cortar distâncias
pra me aquecer
em dia de saudade?
Sim, tu,
Maria!
teria eu na poesia
jeito de te abraçar,
Maria?
ou capacidade teria
de pra sempre te amar,
Maria?
mas se algum dia
eu puder voar,
Maria,
o mais rápido irei
pra em teu colo deitar...
Maria.

Alex Avena

quinta-feira, 8 de maio de 2014

pro(j)gr(e)ss(ç)ão

estou migrando
daquela letargia
me reinventando
palavra poesia

supressão programada
passo a passo sentida
vivendo o tudo ou nada
assim é no jogo da vida

me recomponho se esmoreço
característica de sobrevivente
se não acontecer eu aconteço
sub sob sobre meu consciente

sorte sucesso saúde parabéns enfim
a caminhada migratória já começou
não existe mais nada antes de mim
agora sou eu...aquele outro já findou

alex avena