segunda-feira, 30 de junho de 2014

as direi

palavras tudo dizem
nelas, quase tudo cabe
só não cabe o silêncio
que por elas grita
que por elas versa
e ainda assim cala
arsenal das milícias
de suas falácias
e de suas malícias
toque leve no rosto
nas curvas da alma
na alma o gosto
o pedir pra si perdão
que afugenta trevas
e as faz luz e clarão
lampejo do gênio
força além das forças
palavras...oxigênio

alex avena

sábado, 28 de junho de 2014

selecionados ou selecionáveis

seja o que for
sem tirar nem por
é pura exclusão

povo que torce
e se retorce
por outro Tostão

que corre à vista
essa vida de artista
de televisão

povo sofrido
pouco "sabido"
da situação

pedindo esmola
pra pagar cartola
bRASIL/sELEÇÃO

sobra na bola
e falta na escola
o saber...direção

pra fazer diferente
dessa gente incoerente
nosso país e nação

o que sobra na voz
é o que falta em nós
mais amor coração

mas nada se pode
e o país que se fode
com a sua omissão

que julga o mundo
mas é vagabundo
safado e ladrão...

alex avena

sexta-feira, 27 de junho de 2014

meu sonho

quantas vidas até te encontrar
quantas chuvas e meios verões
quantos versos e meias canções
mas nada que me pudesse curar

e durante todos os anos e dias
a esperança nunca me fugiu
a paciência quase um dia partiu
mas sabia que tu para mim virias

como serias (tu) eu não sabia de fato
mas se fosses igual ao meu sonho
eu não seria nem por um dia tristonho
nos veria na brancura do vazio retrato

alex avena

quinta-feira, 26 de junho de 2014

S.O.S.

sinceramente, não sei
anda tudo tão às avessas
e a gente toda esquisita
com seus tiques e truques
ataques e não me toques
parece-me tudo esquisito.

quero ser louco, pois esses,
não errarão o caminho.
porque é chegada a hora
de avaliar "para onde?" e
pensar, pensar e pensar
com as próprias pernas,

trazê-los aos ventos e à vida
sair do subterrâneo de si
subterfúgios não mais
nada de abstinência mental
na qual se vive e esconde.
compromisso com o que?

olho por aí e nada importa.
não importa o que ou quem
senão o eu e o tão somente,
crueldade e isolamento
quando não grupinhos
semelhantes sem face

sem eira e nem beira,
falatório e convivência
hábitos e certas convenções
sem as quais não és...
não fazes parte, e, partido
voas livre o voo da razão

onde como os loucos
encontrarás o Caminho
a Verdade e a Vida
e algo mais que, sei lá,
parece uma teia que
que me prende e só

alex avena

terça-feira, 17 de junho de 2014

provocante

se poeto poeto-me
descubro atalhos
nas sílabas e vogais
pontos consoantes
formas tantas e tais
labirintos vocálicos
e aí pensar poema
e todo estratagema
a maiêutica em si...
poesia ou problema
leia-se e eu poeto-me

alex avena

segunda-feira, 16 de junho de 2014

programe-se

o mundo se transformou
numa variável booleana
onde já não há espaço
para um if ou else...
begin nem pensar
já começam tudo pelo end
e no máximo rola um loop

alex avena

sábado, 14 de junho de 2014

verse


a busca

espreito a porta
fico a sua espera
passam sombras
ventos e poeira
...nada de você.
detalhes entalhados
nos umbrais de mim
dizem ser em vão
esse querer-te-amar
(relógio possuído
pelo espírito mal
tartaruguice aguda
mas tanto faz
se penso ser o amor
atemporal e estático).
ah, o que acontece?
se de tudo sei e sei
que estás em mim
e minha és, amor,
por que ainda tremo
só de saber que estás
ali no cômodo ao lado
tão distante de mim?
o amor é coisa estranha
adentra entranha e fim.

alex avena

sexta-feira, 6 de junho de 2014

só II

eu tenho medo de ficar só
que quando só estou só
não quero mais ninguém
tudo a mim basta e sobra
solidão coletiva e social
emaranhado de ideias
(fora de qualquer contexto)
aquele tapinha nas costas
a convivência conivente
zipada com nome "amigo"
estereOHtipo pré concebido
gestação de muitos anos
e nós continuamos a ser
o "incrível ser humano"
que possui o poder maior:
"esquecer" para lembrar
naquele momento oportuno
onde o melhor é viver tudo
e ainda assim preferir estar

alex avena

segunda-feira, 2 de junho de 2014

golpes de silêncio
seguidos de espanto
nunca estivera tão vivo
e da vida contrasta

da falácia o alívio
no canto do acalanto
já não é preciso motivo
a mim o eu me basta

alex avena